A morte do Papa Francisco, anunciada na manhã desta segunda-feira (21), no Vaticano, marca o fim de um dos pontificados mais simbólicos das últimas décadas — não apenas para os católicos, mas também para o mundo evangélico.

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Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo mais alto da Igreja Católica. Desde sua eleição, em 2013, Francisco promoveu uma série de mudanças de postura, adotando uma linguagem pastoral mais acessível e reforçando pautas sociais que aproximaram setores protestantes progressistas e carismáticos.

Entre os evangélicos, a figura do pontífice sempre dividiu opiniões. De um lado, líderes enxergaram em Francisco um líder “mais aberto ao diálogo”, principalmente por seu incentivo à aproximação entre católicos e cristãos de outras tradições. Durante seu pontificado, ele recebeu diversos pastores evangélicos em encontros ecumênicos, entre eles líderes pentecostais dos Estados Unidos e da América Latina.

Por outro lado, pastores mais conservadores viam com desconfiança sua defesa de pautas como justiça climática, acolhimento a imigrantes e maior inclusão de minorias, além da tentativa de revisão de posturas históricas da Igreja em temas como sexualidade e celibato clerical.

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A morte de Francisco reacende debates internos entre os evangélicos sobre profecias e escatologia. Parte do meio pentecostal associa eventos dessa magnitude a sinais dos tempos, reacendendo interpretações sobre a sucessão papal e a possível vinda de um “último papa”, como preconizam textos como a Profecia de São Malaquias.

Outro impacto direto será a atenção ao novo papa que será eleito nos próximos dias. Líderes evangélicos observam com expectativa se o próximo pontífice dará continuidade ao tom conciliador de Francisco ou adotará uma postura mais doutrinária e tradicional.

Independentemente das diferenças teológicas, a morte do Papa Francisco representa o encerramento de uma era marcada pelo diálogo, simplicidade e tentativa de reformar, ainda que parcialmente, a estrutura da Igreja Católica em um mundo em constante transformação.